segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Vejam o que disse o professor da USP Yves de La Taillle em uma participação para a Revista Nova Escola:

"(...) a escola, salvo melhor juízo, corre atrás, é bombeiro. Quando há fogo, ela se apresenta. Se houve roubo ela fala de propriedade privada, se houve violência, fala de paz, se houve mentira, fala de verdade. Enquanto que a moralidade é vacina, eu diria. Serve para se antecipar aos fatos. Ora, desculpem-me, mas, se existe muito, como todos dizem, bullying ou outros tipos de violência, é que faltou algo que se antecipasse a essa situação, notadamente, uma situação que se sabe que pode acontecer".

Isso me levou a pensar sobre o compromisso de se trabalhar em um instituição de ensino. Trata-se de uma responsabilidade que vai além do ensinar ou do executar tarefas, pois exige uma visão sistêmica de todo contexto e estrutura escolares. Tudo que acontece em uma escola, é importante e merece atenção.

Convido todos para participarem (professores, profissionais da educação, pais, alunos, etc.), para levantarmos hipóteses que podem gerar violência na escola e muitas vezes não são previstos no âmbito da instituição escolar ou da comunidade. Após levantarmos muitas ideias, divulgaremos todas elas como um trabalho conjunto, para que as escolas possam usá-las em seus planejamentos para o próximo ano.

Espero que todos possam participar.

Vinícius R de Almeida

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Olá caros professores e estudantes da EDUCAÇÃO.

Vamos falar um pouco sobre uma importante avaliação em larga escala, de natureza internacional, que é o PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos.

O último resultado é refente à avaliação ocorrida em 2012. Houve outras avaliações nos anos 2000, 2003, 2006 e 2009.

O PISA avalia os conhecimentos e habilidades em leitura, matemática e ciências. Os avaliados são estudantes de 15 anos.

O nível máximo a ser atingido é o 6. 49,2% dos estudantes brasileiros não alcançam o nível 2. Em leitura, o Brasil está abaixa de países como Chile, Uruguai, Romênia e Tailândia. No ranking de matemática, o Brasil se encontra atrás até mesmo da Albânia. Já no de ciências, nosso país perde para países como Vietnã e Jordânia.

A falta de habilidade em leitura é o mais preocupante. A leitura é uma competência fundamental que promove a compreensão do mundo e dos fatos sociais. Pode-se afirmar que a população jovem brasileira (como deve ocorrer com a maioria da população adulta também) é analfabeta funcional (saber ler, mas não compreende o que lê). Está aí um elemento negativo que impede o crescimento de nosso país - embora seja festejado pelos nossos políticos.

Nos últimos anos, o Brasil colocou mais alunos na rede escolar pública. Porém, como se observa, houve um processo de democratização e ampliação da escolaridade de forma quantitativa e não qualitativa. Aliás, há tempos a educação brasileira foca mais quantidade do que qualidade. O resultado acaba sendo sempre a formação de uma legião de estudantes com diplomas e certificados em mão, porém, sem as competências e habilidades necessárias. Aliás, isso ocorre também nas faculdades, nos cursos profissionalizantes, nos cursos técnicos e em outros não regulares oferecidos por todo o país.

Diante disso, aproveito esse momento para fazer uma crítica: há muito tempo a família brasileira prefere notas 10 a aprendizado de verdade, e professores correm atrás de diplomas e certificados como o "gato corre atrás do rato".  Porém, nesse circuito vicioso,não há aprendizado, não há a formação de profissionais realmente competentes. E, infelizmente, mais uma vez, provamos o sabor da derrota, pois o Brasil está lá, bem lá atrás, na EDUCAÇÃO INTERNACIONAL.

Quanto ao poder público, já sabemos do seu descrédito!

E agora!, o que fazer para mudar esse cenário? Vamos levantar ideias que sejam capazes de melhorar esse cenário, partindo-se das famílias. Mas essa será uma análise do próximo texto.

Vinícius Reccanello de Almeida